15h46, 18 de maio de 2009*
Hoje, 8h da manhã de segunda feira, aconteceu uma tragédia comigo. Daqueles que você não acredita que realmente podem ocorrer na realidade. Indubitavelmente, foi triste e verdadeiro, não há como negar.
Estava eu, tranquilamente indo de carro para o cursinho, o relógio marcando cinco pras oito da manhã (eu estava atrasado, pois minha aula começa 8h pontualmente), encontrando-me na metade da rua Almirante Tamandaré, pouco antes do início da Visconde de Guarapuava, quando decido dar um peidinho sussegado, nada demais, aqueles que você solta só para aliviar e sentir o cheiro. No entanto, mal eu sabia que foi ali que tudo começou.
Junto com o peidinho, veio um sinal de diarréia vespertina: um leve melado, de pequenas proporções. "Puta merda, agora vou ter que me limpar antes da aula" pensei, pois aquela situação era ainda facilmente contornável. Vi o Costelão 24 horas e pensei em parar rapidamente para usar o banheiro, mas imaginei ingenuamente que daria para aguentar o tranco.
Mas meus amigos, quando cheguei no engarrafamento da Visconde de Guarapuava, onde todas as três pistas de ambos sentidos sentidos da rua estão sempre completamente lotadas neste horário em particular, percebi que precisava resolutamente ir ao banheiro. "Ah, dá nada, os banheiros do NIJUP são bons. Chegando lá, estaciono rápidamente em frente, onde pede estaR. Perco só uns 15 minutos da aula e no intervalo eu estaciono em outro local". É neste ponto que a história realmente fica triste.
Uma quadra antes do Furuta Autosom, as cãimbras estavam tão fortes que eu comecei a suar frio e passar mal. O mundo começava a ficar inaudível e distante, tudo estava lento e estático demais em relação à histeria estomacal na qual eu passava. Rezei, quase chorei, mas o trânsito não andava um centímetro, enquanto as contrações estavam à toda. Enquanto isto, a filha da puta da Rádio Lumen informava "Vá até o Banco HSBC e relaxe, goze, se solte com a conta total, que lhe fornece todas as vantagens possíveis. Relaxe... ". Filha da puta de rádio. Incrédulo e desesperado, decidi que iria estacionar logo mais no estacionamento externo de uma loja ainda fechada, e pensei em cagar nos arbustos que o enfeitavam ou pedir para alguém abrindo a loja me deixar usar o banheiro, instruindo-o da minha situação emergencial.
Tarde demais. Mesmo apertando, forçando, suando e rezando, devagarzinho veio um monte de merda, sorrateira, morna e relaxada, que preencheu a região do meu quadril com o conteúdo pastoso, para o meu completo desespero. Após peenchida a cueca e consciente de estar cagado, percebi que haviam ainda mais alguns vagões do longo trem de merda ainda prontos a sair. Cagado e desesperado, pedi pra moça do celta na esquerda me dar a vez, joguei o carro sobre a calçada, e sem olharpara trás, comecei a caminhar rapidamente, igual pinguim, para o posto mais perto, que se encontrava duas quadras depois, na esquina com a João Negrão. Pessoal, andar sabendo que está cagado é uma sensação completamente bizarra e aterrorizadora. Chegando ao posto, ainda apertado mas com a cueca preenchida, pois as cãimbas continuavam, para meu despesero não havia papel nos dois banheiros. Antes de pedir papel para a moça, pensei "do que me adianta papel agora? Melhor pedir uma pá e uma toalha". Decidi usar o feminino mesmo, pois estava aparantemente mais limpo. Dentro do banheiro, para minha sorte e surpresa, encontrei um rolo de papel, mas realmente, usar o papel higiênico foi como limpar uma poça de lama com papel manteiga. Não adiantou merda nenhuma. Após analisar a situação, percebi que a cirola fortuitamente serviu como uma sacola protetora, não permitindo a escorreita do bolo fecal para mais. Limpei os excessos como pude, usei a cirola para recolher os pedaços que caíram no chão e a joguei fora junto com a cueca, tentei me levar como pude (mas só fiquei a sujar a pia de merda, que limpei com a mão mesmo), vesti o jeans e fui embora. Antes de ir, quase esquecendo de apertar a descarga, percebi que não era uma diarréia habitual: havia naqueles pedaços uma consistência sáudavel e após pensar bem, havia dois dias que eu estava sem visitar o vaso.
Lá fora, pensei em tomar um café no posto e avisar a moça do que acontecera, salientando que deveria chamar alguém para limpar o banheiro com algo poderoso e jogar fora o lixo que estava com minha cirola coberta de fezes e a samba canção ensopada, talvez com alguma esperança de encontrar um ombro amigo e que tivesse alguma compaixão e me entendesse, ou ainda contando alguma história de igual roteiro que apaziguasse o meu vexame, mas fiquei com medo que alguém pudesse presumir que eu ainda estava todo embarrado, então decidi simplesmente voltar ao carro.
Esperando o sinal fechar na Mariano Torres, senti o alívio que indubitavelmente me foi proporcionado, misturado com um pouco de vergonha e pressa. Chegando ao carro, tinha um homem, provavelmente o funcionário ou o proprietário, com cara de bunda me esperando, pois percebi que tinha fechado metade da entrada do estacionamento externo da loja (mas que não o proibiu de entrar com seu carro). Decidi nem olhar para ele. Entrei no carro (feliz de encontrar tudo lá pois tinha deixado sem tranca), olhei pra ver se não sujei o banco, que felizmente não ocorreu, e fui embora. O homem continuou me olhando demonstrando pensar "que pia descarado", mas tive pena de mim mesmo e de minha situação embarrada e decidi não dar bola. Chegando em casa e já posto a calça de molho, percebi que foi executado com relativo sucesso a retirada dos excessos na calça. Tomei um banho demorado e meticuloso, de sabonete limpo e água bem quente, e mesmo após esfregar muito, lavar bem e secado com toalha, ainda deixava exalar um leve odor fecal junto aos pentelhos sacais.
E pessoal, pode-se ter certeza que foi tudo culpa do peido. indubitavelmente.